Crise fiscal arrasa a psique grega


























Desespero toma conta enquanto empregos e receita desaparecem
Folha de S. Paulo - THE NEW YORK TIMES - 23/05/2011
Por LANDON THOMAS Jr.

Atenas
Com o rosto contorcido de ansiedade, Anargyros D. contou como perdeu tudo depois do colapso econômico grego -a fábrica de processamento de alimentos fundada por seu pai 30 anos atrás, a casa, o carro, o Rolex, o orgulho e agora, segundo ele, a vontade de viver.

"Muitas vezes, pensei em pegar o carro do meu pai e atirá-lo contra um muro", ele disse. Encurvado e trêmulo, ele esteve recentemente no escritório da Klimaka, uma organização de serviços sociais que ajuda o número crescente de profissionais gregos sem moradia e deprimidos que perderam os empregos e a dignidade.

A vulnerabilidade do poder

por Dado Salem

                          Ilustração Maria Eugênia


Os poderosos costumam ter um certo senso de invulnerabilidade. O sucesso ao longo da vida reforça a autoconfiança até o momento que turva a razão, fazendo com que se sintam invencíveis. Eles se entorpecem com a própria capacidade num fenômeno chamado inflação do Ego e começam a pensar que o que se aplica aos outros não se aplica a eles. Os poderosos se tornam arrogantes.

Ao se colocarem numa pretensiosa posição superior, perdem o contato com as coisas inferiores. É o inicio da queda. A arrogância antecede a ruína porque considera inofensivos riscos que poderiam ser prevenidos a tempo. Os poderosos ficam, desta forma, vulneráveis a detalhes inesperados que podem colocar a perder tudo aquilo que foi conquistado. Isso se resume num antigo ditado grego que diz: "quando os deuses querem destruir alguém eles primeiro o enaltecem", ou num outro chinês "um enorme navio pode afundar por causa de um pequeno vazamento". A Bíblia também cita em seus provérbios que "a soberba precede à ruína; e o orgulho, à queda".

A experiência mostra que coisas menores, baixas e desprezadas, são justamente as tendem a acertar os poderosos em seu ponto fraco. Vejamos alguns casos:

Texto magnífico de Persio Arida

Rakudianai
A política, a prisão, o encontro com o crocodilo, o julgamento e meu pai: lembranças de quarenta anos atrás
por Persio Arida
Revista Piaui
abril 2011


Era 1970 e eu tinha 18 anos. Fiquei preso por vários meses e fui processado na Justiça Militar por crimes contra a segurança nacional. Uma história pouco original: fui um entre tantos jovens movidos pelos ideais de um mundo melhor que a revolução parecia oferecer.

Por muitos anos deixei esse capítulo de minha vida adormecido. Mas opassado nunca está definitivamente concluído, age sem que o saibamos, ambíguo e esfinge. Há momentos em que desaparece, como se só importasse o cotidiano atribulado. Mas logo reaparece, como uma sombra que se projeta sobre o presente. E nós o interpretamos continuamente, temos que decifrá-lo repetidas vezes para restituir coerência e identidade à nossa história.

A onda de crimes corporativos

The Global Economy’s Corporate Crime Wave
Jeffrey D. Sachs
PROJECT SYNDICATE


NEW YORK – The world is drowning in corporate fraud, and the problems are probably greatest in rich countries – those with supposedly “good governance.” Poor-country governments probably accept more bribes and commit more offenses, but it is rich countries that host the global companies that carry out the largest offenses. Money talks, and it is corrupting politics and markets all over the world.

Hardly a day passes without a new story of malfeasance. Every Wall Street firm has paid significant fines during the past decade for phony accounting, insider trading, securities fraud, Ponzi schemes, or outright embezzlement by CEOs. A massive insider-trading ring is currently on trial in New York, and has implicated some leading financial-industry figures. And it follows a series of fines paid by America’s biggest investment banks to settle charges of various securities violations.

Desafios dos pacientes de US$600/sessão

Challenges of $600-a-Session Patients
By ERIC KONIGSBERG
NY Times
Published: July 7, 2008

Not long ago, a young titan of New York real estate sat in his psychotherapist’s office. An art collector, he was thinking of bidding about $8 million for a painting, and something about the deal made him uneasy.


Dr. Karasu said the rich could awe some therapists.

The therapist thought the patient was merely trying to impress him. This happened whenever the man felt unsure of himself, which was most of the time.

But instead of trying to explore the patient’s anxiety, the therapist encouraged him to buy the artwork: “This is what you want; you should go get it.”

Mulheres bem sucedidas

Pela primeira vez, mulheres entre 20 e 30 anos que trabalham em tempo integral estão recebendo salários mais altos do que os dos homens da mesma faixa etária. Essa mudança está gerando conseqüências inesperadas nas relações amorosas.

Colocando o dinheiro na mesa
por Alex Williams*
NY Times
24/09/2007


Para Whitney Hess, uma criadora de softwares de Nova York, a tensão que culminou com o fim dos seus recentes relacionamentos está bem visível, em dígitos, no seu contracheque.

A falta de tato começou durante as noitadas. Ela sempre gostou de conhecer os bares recém-inaugurados de Manhattan, mas os seus namorados, que trabalhavam em empregos criativos que pagavam menos do que o dela, preferiam restaurantes mais baratos.

Ela recorda-se de que eles diziam: "Uau, você é tão sofisticada".