O perigo do líder centralizador


por Dado Salem





Sabemos que tomar uma decisão sozinho é mais fácil que em grupo. O psicólogo José Ernesto Bologna consumada dar o seguinte exemplo: se você quiser ir ao cinema basta entrar na internet, escolher o filme e comprar o ingresso. Agora tente fazer isso num grupo de 8 pessoas. Um prefere drama, outro filme europeu, um terceiro não pode naquele horário, um quarto já assistiu o filme, e por ai vai. Essa simples tarefa pode demorar horas e provocar muita discussão. 

Mas quando falamos de decisões complexas a coisa pode ser bem diferente.

Mestres da psicologia econômica ajudam a reeleger Obama






A equipe de Obama convidou um grupo de acadêmicos da psicologia econômica para auxiliar a campanha presidencial de 2012. Eles já haviam sido chamados em 2008 mas, segundo alguns participantes, nessa eleição ao invés de terem que se esforçar para serem ouvidos, houve uma verdadeira sede pelas suas ideias. Foi uma grande mudança sobre as campanhas anteriores que se baseavam principalmente em palpites de "gurus" da propaganda política. 

Como criar um prodígio

Vivemos tempos ambiciosos. Há uma verdadeira histeria dos pais a respeito de feitos e realizações precoces de seus filhos. Não há fronteira clara entre apoiar e pressionar uma criança, entre confiar e forçá-la a desempenhar aquilo que idealizamos para ela. Alguns pais colocam expectativas tão altas que acabam provocando um breakdown em seus filhos, enquanto outros deixam de apoiar as verdadeiras paixões dos filhos privando-os muitas vezes de uma vida realizada e prazerosa.

How do You Raise a Prodigy
por Andrew Solomon
NY Times
novembro 2012




Por quê vc escolhe determinadas marcas e produtos?

Estudo recente revela que costumamos escolher marcas e produtos por razões que nada tem a ver com a própria marca ou produto.

                 

por Christie Nicholson
Scientific American
out 2012
traduzido por Dado Salem


Você acabou de comprar um requeijão. Escolheu o pote porque sempre consumiu esse produto. Na realidade, alguma outra coisa pode ter influenciado sua escolha - o produto que você pegou provavelmente estava localizado centralmente nas prateleiras do supermercado.

Pesquisadores monitoraram os movimentos oculares de 67 individuos e perceberam que os consumidores tendem a focar nos objetos centrais, especificamente 5 segundos antes de fazer a escolha. E fazem isso para todos os tipos de produtos, de vitaminas a filmes comprados online. O estudo será publicado em dezembro de 2012 no Journal of Consumer Research.

Dinheiro e Casamento

por Paula Rocha e Natália Martino
Istoé
Outubro 2012





Como evitar que o dinheiro estrague o casamento

É melhor ter conta conjunta ou separada? Quem ganha mais paga mais? Qual é a hora certa de falar sobre dinheiro com o parceiro? É um problema a mulher ganhar mais do que o homem? Essas dúvidas, que atormentam os casais modernos, moveram pesquisadores a produzir trabalhos científicos sobre o tema e inspiraram especialistas a buscar respostas práticas, que ajudem homens e mulheres a conquistar o tão desejado sucesso financeiro no casamento. Entre as descobertas está o fato de que eles e elas lidam de forma diferente com o dinheiro, além de um novo método que promete auxiliar os casais a colocar em prática seus sonhos, garantindo que as dificuldades financeiras não destruam os castelos amorosos que motivaram a união.

Julgamentos tendenciosos

A judgment call 
The Economist 
Out 2012

O melhor momento para estar na frente de um juiz é nunca. Mas uma anedota jurídica, confirmada por estudos científicos, diz que após o almoço é melhor do que antes. Fatores aparentemente insignificantes influenciam decisões de todos nós, mas era de se esperar que juízes se saissem um pouco melhor nisso...
  




Tomando uma pílula para se sentir normal

Valium’s Contribution to Our New Normal
por Robin Marantz Henig
NY Times
setembro 2012


Há 50 anos, desde que o Valium começou a ser vendido em larga escala, se tornou comum tomarmos pilulas para controlar a ansiedade e nos sentirmos "normais". Essa atitude nos trouxe a uma situação estranha: o que é ser normal? O que significa quando uma pessoa se sente mais como ela mesma com um remédio do que sem ele? 



Objeto de desejo ameaçado

Se os diamantes deixarem de ser caros, sua mulher continuará pedindo como presente de aniversário de casamento?

A Russia está prestes a colocar as mãos numa gigantesca reserva de diamantes de mais de 100km de extensão. Essa reserva é 10 vezes maior que todos os diamantes existentes no mundo e capaz de abastecer o mercado pelos próximos 3.000 anos.


Daily Mail
Setembro 2012


Transmissão da liderança na empresa familiar


Por Dado Salem



O trabalho com empresas familiares costuma apresentar fatos que se repetem com frequência quase invariável. Um dos mais comuns é a dificuldade do fundador e seu sucessor concordarem com o momento de transferência da liderança.

Sentimentos ambivalentes costumam aflorar nesse processo, especialmente quando existem vínculos afetivos envolvidos, como é o caso de pais e filhos. A maioria dos sucessores quer, e não quer, derrubar o líder. É como se o príncipe tivesse que matar o rei a fim de tomar o seu lugar no trono. Essa idéia não surge desacompanhada de boa dose de culpa. Por outro lado, o fundador, que conduziu a empresa ao longo de décadas, se sente em plena forma para continuar a frente dos negócios. Ele gosta de ter os filhos por perto ocupando posições de confiança, mas sob seu comando.  Se sente perturbado com a possibilidade de transferir o poder, passando de provedor a simples acionista, e o que é pior - ficar sem ter o que fazer.

O tempo tende a nos tornar menos ágeis e mais conservadores. Isso não acontece de forma diferente com o empresário. É comum vermos um negócio perder a vitalidade e ficar ultrapassado à medida que o dono envelhece. Para uma empresa prosperar num ambiente competitivo é importante ter agilidade e inovar, por isso, ela costuma se beneficiar com o sangue novo, as idéias e a energia da geração seguinte.  Mas filhos e filhas não costumam gostar de discutir com seu pai para fazer acontecer uma transferência da liderança na empresa.

Como fazer uma transição, atendendo as necessidades individuais e do negócio, sem prejudicar as relações familiares?

Aqui vão alguns pontos importantes a trabalhar:

Mercadorias e futuros


por José Miguel Wisnik
O Globo
agosto 2012




Quando se trata de futuro, alinham-se logo futuristas de um lado, prontos a correr no tempo movidos pela aceleração tecnológica, e catastrofistas de outro, apegados a tudo o que não falta de sombrio nos cenários contemporâneos. Mais do que uma análise objetiva de fatos, que aliás nos ultrapassam em toda escala, acho que vão nisso também as propensões subjetivas, configurações íntimas de desejos e medos que nos arrastam para um lado e para o outro, e que em alguns se fixam na euforia do mais moderno e em outros se recolhem na melancolia da falta de sentido do mundo agressivamente mutante.

Rápido e devagar: duas formas de pensar

Os truques da mente rápida e a hora de pensar devagar
por Cesar Baima
O Globo
agosto 2012


Daniel Kahneman, psicologo nobel de economia



O psicólogo Daniel Kahneman, ganhou o Prêmio Nobel de Economia de 2002 pelo desenvolvimento da Teoria da Perspectiva, que mostra a nossa falta de racionalidade nas decisões entre alternativas que envolvem riscos

Considerado um dos maiores estudiosos da mente humana na atualidade, Daniel Kahneman ganhou o Prêmio Nobel de Economia de 2002, apesar de ser psicólogo. Prestando bem atenção, a última oração da frase anterior é uma amostra do que ele chama de Sistema 1, nosso pensamento rápido, intuitivo e automático. Antes dele, outros psicólogos e pesquisadores do comportamento já tinham recebido a honraria, mas isso não impediu a sensação de estranheza. Já a outra parte de nossa mente, o Sistema 2, é responsável pela reflexão, racionalização e solução de problemas complexos, mas lento e um preguiçoso nato. Muitas vezes, ele confia nas respostas automáticas do “irmão”, mesmo que elas fujam à lógica. Por outro lado, a intuição também permite que especialistas, como um médico, diagnostiquem doenças com um simples olhar em um paciente, ou um chefe dos bombeiros mande seus homens se retirarem instantes antes de um prédio desabar. Passamos a vida entre um e outro e é com eles que experimentamos o mundo, tomamos decisões e construímos nossa memória. Kahneman reúne as suas mais de cinco décadas de estudo deste processo no livro “Rápido e devagar – Duas formas de pensar” (Ed. Objetiva), recém-lançado no Brasil. Em entrevista a O GLOBO, ele conta alguns truques que a mente pode nos pregar e confessa que, mesmo depois de tanto tempo tentando desvendar seus mistérios, ainda não foi capaz de se treinar para evitar ser enganado pelo Sistema 1.

No livro o Sr. aponta o Sistema 1 como o verdadeiro herói da história, responsável por grande parte de nossa percepção do mundo. Mas nós nos identificamos mais com o Sistema 2, gostamos de pensar que sempre somos pessoas razoáveis e racionais. O fato de nos fiarmos mais no Sistema 1 significa que a racionalidade humana é um mito?

Argentina: narcisismo presidencial e a economia cristinista


por Fernando Laborda
La Nacion
julho 2012
tradução Dado Salem



Os últimos discursos públicos da presidente (Cristina  Kirchner) estão causando uma polemica que envolveu não só os analistas políticos, mas também especialistas em psicologia e semiótica. Cristina Fernández de Kirchner padece de severas explosões emocionais ou tudo faz parte de uma simulação? Segue gravemente afetada pela morte de seu marido ou dramatiza dores de viúva que ajudaram-na a obter grandes resultados eleitorais? Sofre de ataques paranóicos quando denuncia tentativas de “destituentes” por todos os lados ou isso é parte de um estudado exagero com fins políticos? Essas são algumas das questões levantadas entre esses profissionais, a permanente auto-referencialidade que a presidente manifesta constantemente em suas cuidadas aparições na midia argentina.

Desde a morte repentina de Nestor Kirchner, a presidente não mudou sua imagem, mantem até hoje a cor negra de seu vestido e, provavelmente, assistida por especialistas em marketing político, começou a mostrar mais suas emoções. Assim como ninguém pode duvidar da dor gerada pela morte de um ente querido, também é verdade que o sentimento genuíno pode ser exagerado.

Uma das doenças mais propensas ​​à teatralidade é a histeria, como assinala o médico psicanalista Jorge Kury, para quem neste quadro, pode-se observar a tendência de se tornar vítima e colocar a culpa nos outros.

Influência de hormônios nas tomadas de decisão


Pesquisas apontam influências do corpo no processo de decisão financeira
por John Coates
UOL
julho 2012





Quando você assume riscos, é obrigado a lembrar, da maneira mais insistente, de que tem um corpo. Porque o risco, por sua própria natureza, ameaça feri-lo.

Um motorista que acelera numa estrada sinuosa ou um soldado que corre por uma terra de ninguém – ambos estão diante de uma grande chance de se ferir, e até de morrer. E essa possibilidade deixa a mente mais afiada e desencadeia uma reação biológica conhecida como resposta de "luta-ou-fuga". De fato, o corpo é tão sensível aos riscos que você pode se ver neste tumulto visceral mesmo quando não há uma ameaça imediata de morte.

Winston Churchill reconheceu este poder que o risco não letal tem sobre nós. Ao escrever sobre sua juventude, ele conta sobre um jogo de polo regimental jogado no sul da Índia que foi para o tie break no chukka final: "Raramente eu havia visto rostos tão extenuados dos dois lados", contou. "Você não acharia que era um jogo, mas sim uma questão de vida ou morte. Crises bem mais graves causam menos emoções fortes."

Emoções e reações biológicas tão fortes quanto podem ser desencadeadas por outra forma de risco não-letal: o risco financeiro. Negociantes profissionais, gerentes de fundos e investidores fazem apostas que podem ameaçar seus empregos, casamentos e reputações. O dinheiro tem um significado especial em nossas vidas, então ganhar e perder dinheiro pode ativar uma resposta biológica poderosa.

A grande ilusão

Quando as nuvens carregadas da crise econômica voltam a escurecer o horizonte, torna a brilhar, como um farol distante, o texto de João Moreira Salles sobre a aflição da Islândia, que passou do paraíso ao inferno num piscar de olhos.  


                                                                                            Ilustração: Maria Eugênia

A grande ilusão
por João Moreira Salles
Revista Piauí
janeiro 2009


Um relatório da Organização das Nações Unidas publicado em outubro de 2007 afirmava que a Islândia, segundo todos os indicadores sociais, havia superado a Noruega e era agora o melhor país do mundo para se viver. Exatamente um ano depois, em 6 de outubro passado, boa parte dos 320 mil islandeses parou para ver o primeiro-ministro Geir Haarde se dirigir à nação. Era o meio da tarde, um horário fora do comum - os canais abertos islandeses começam a transmitir às 18 horas. Ainda assim, lá estava ele, severo, atrás de uma mesa tão sombria quanto seu semblante, tendo ao fundo a bandeira do país. Haarde falou por onze minutos. Ao concluir, disse:

Compatriotas, se jamais houve um momento em que a nação islandesa precisou demonstrar coesão e estoicismo na adversidade, este momento é chegado. Frente à tempestade que se inicia, exorto as famílias a conversarem entre si, a não se deixarem dominar pelo desespero, ainda que para muitos as perspectivas sejam sombrias. Precisamos explicar aos nossos filhos que o mundo não está à beira do apocalipse e que temos de arrancar, do fundo de nós mesmos, a coragem para enfrentar o futuro. Que Deus abençoe a Islândia.

Marina Silva no MIT: É hora de liderar pelo exemplo


Marina Silva foi convidada mês passado para dar uma palestra no MIT. O título que escolheu não poderia ser mais adequado: "É hora de liderar pelo exemplo". Psicologicamente, sabemos que o líder influencia toda a estrutura que comanda, seja uma empresa ou uma nação, que acaba se manifestando como uma projeção de sua psique. Nesse sentido não poderíamos estar pior. No cenário atual, das 100 maiores economias do mundo, 51 são empresas, e nelas o que prevalece (salvo raras exceções) é a busca do resultado a qualquer custo. A crise econômica internacional, deflagrada pela ganância de altos executivos, que sacrificam o amanhã pelo bônus imediato, é uma amostra do problema gerado por essa mentalidade. Localmente, a bandalheira instalada na cúpula do governo brasileiro, confirma o quanto ainda temos para evoluir. Avançamos tecnológicamente e enriquecemos muito, mas éticamente parece que estamos ainda na Idade da Pedra.

Nosso modelo de desenvolvimento econômico é insustentável e tudo que não se sustenta está fadado ao fracasso. Consumimos recursos finitos como se fossem infinitos, prejudicando nossos filhos, netos e gerações futuras.

Marina Silva é uma pessoa rara. Não está à direita e tão pouco à esquerda, está adiante. Se empenha a criar um sistema que ainda está nos seus primórdios.







Ansiedade e consumo

"Somos persuadidos a gastar um dinheiro que não temos, em coisas que não precisamos, para criar impressões que não duram, em pessoas com quem não nos importamos". Tim Jackson, professor da Universidade de Surrey (UK), resume desta forma o sistema angustiante baseado no crescimento e no consumo. Segundo ele, existem maneiras mais sustentáveis de prosperidade. (assista)



Desânimo às segundas-feiras pode ser sinal de que você está na profissão errada


Publicado no Uol
por Simone Cunha
junho 2012 


                                                                               ilustração: Maria Eugênia


Uma pesquisa feita em maio pelo Instituto Datafolha constatou que 25% dos brasileiros ainda trabalham insatisfeitos. "Há uma grande parcela que precisa aceitar atividades que estão disponíveis por não ter oportunidade de atuar em outras áreas", afirma José Roberto Leite, chefe do Setor de Medicina Comportamental do departamento de Psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Por isso, para alguns profissionais, encarar a segunda-feira ainda é um drama. "Tem gente que já começa a sofrer no domingo e acha que não vai suportar mais uma semana", diz a "leader coach" Mirian Zacarelli, diretora da KMZ Consultoria e Eventos.

Os especialistas confirmam que quem não faz o que gosta tende a desenvolver sintomas de estresse crônico. "Irritabilidade, cansaço, tristeza, apatia, ansiedade, quadros agressivos e até um estado de humor depressivo", exemplifica Leite. Para Renato Grinberg, diretor geral do site Trabalhando.com, a quantidade de problemas de saúde pode ser um sinal de que a pessoa não está feliz profissionalmente. "A doença acaba sendo usada como fuga, ou seja, uma maneira de a pessoa ficar longe daquele ambiente que tanto a incomoda", diz.

Em louvor dos desajustados

Durante muito tempo, os adaptados, focados e seguidores de regras foram os preferidos das empresas. Quanto mais adequado melhor. Hoje vemos acontecer o oposto. Pessoas dispersas, anti-sociais e com síndromes de todos os tipos se tornaram os novos gênios. 

In praise of misfits
Publicado em The Economist
junho 2012
tradução Dado Salem


                                                                                          ilustração Maria Eugênia


EM 1956 William Whyte argumentou em seu best-seller, "O Homem da Organização", que as empresas estavam tão apaixonadas pelos executivos "ajustados" que travaram uma "luta contra o gênio". Hoje, muitos sofrem com o preconceito oposto. Empresas de software se alimentam de Geeks (aficcionados por tecnologia) anti-sociais. Fundos de hedge absorvem figuras igualmente excêntricas. Hollywood faz de tudo para atender os caprichos dos criativos e governos se apoiam nos empreendedores, figuras que costumam ter dificuldade de seguir regras, para a criação de empregos. Ao contrário do recreio da escola, o mercado é simpático aos desajustados.

A menina que calou o mundo por 5 minutos

Na ECO 92 uma ativista canadense de 12 anos fez um discurso histórico que calou o mundo. Ela e alguns amigos angariaram fundos na comunidade onde viviam, montaram uma ONG e vieram ao Rio. Na última hora a Unicef abriu espaço para que falassem aos chefes de estado. (Assista)

"Elite" paulistana: Mulheres ricas. De verdade


Jornalista retrata em texto excelente o perfil de um grupo limitado de mulheres ricas paulistanas.
























Mulheres ricas. De verdade
por Ana Paula Sousa
Carta Capital
Maio 2012


Para ser uma ablacker não basta querer. É preciso poder. O Brasil tem hoje 4,5 mil ablackers. E ao menos 4 mil estão na lista de espera para receber o “sim” que as colocaria no grupo. As ablackers, para quem não sabe, são as integrantes da Agenda Black, comunidade do Facebook que reúne uma seleção de mulheres ricas – para usar a expressão que entrou em voga com o programa da TV Band – do País.

Um ambicioso pedreiro

Desde os primórdios da humanidade a sabedoria é transmitida por meio de histórias. Essas narrativas, que são modificadas ao longo do tempo e de acordo com a inspiração do contador, possuem a capacidade de ficar guardadas dentro de nós, e quando precisamos, de alguma forma elas brotam na consciência. 

Um dos maiores tormentos do ser humano é o desejo de ser uma coisa diferente do que é. Como costuma-se dizer, o fruto do vizinho parece mais saboroso. Esse conto milenar chinês mostra com simplicidade e inteligência o que pregavam os filósofos gregos: conhece-te a ti mesmo e torne-te quem és!























ilustração: Maria Eugênia
publicado em Contos Populares Chineses vol.1
Landy Editora (2001)



Há muitos anos, na terra de zhuang, havia um pedreiro muito habilidoso cuja fama até já tinha chegado às regiões vizinhas.

Um dia, um homem muito rico mandou-o fazer uma obra. O pedreiro, quando lá chegou, ficou extremamente impressionado com o luxo que havia naquela casa, nas vestimentas e nas sedas e brocados, na mesa repleta dos mais diversos e saborosos petiscos, na quantidade de empregados etc. Invejoso, abandonou o trabalho e só pensava na maneira de vir a ser, ele também, um homem muito rico.

Fernando Pessoa e o ovo de Colombo

Fernando Pessoa, mais conhecido por sua poesia, publicou textos relativos ao comércio e à psicologia econômica. Nesse rápido artigo de 1926 ele conta o curioso caso das "taças para ovos" inglesas vendidas na Índia. Boa leitura.




Fernando Pessoa
Revista de Comércio e Contabilidade, 
Lisboa 1926

Aqui há anos, antes da Grande Guerra, correu nos meios ingleses, como exemplo demonstrativo da insinuação comercial alemã, a notícia do caso curioso das “taças para ovos” (eggcups) que se vendiam na Índia.

O inglês costuma comer os “ovos”, a que nós chamamos “quentes”, não em copos e partidos, mas em pequenas taças de louça, do feitio de meio ovo, e em que o ovo, portanto, entra até metade; partem a extremidade livre do ovo, e comem-no assim, com, uma colher de chá, depois de lhe ter deitado sal e pimenta. Na Índia, colónia britânica, assim se comiam, e naturalmente ainda se comem, os ovos “quentes". Como é de supor, eram casas inglesas as que, por tradição aparentemente inquebrável, exportavam para a Índia as taças para este fim.

A saúde dos banqueiros

Wall Street Journal: pesquisa feita durante 10 anos nos Estados Unidos com profissionais do mercado financeiro revelou que TODOS indivíduos observados apresentaram problemas físicos ou emocionais. (assista) 


Curriculum: Dicionário semântico histórico de termos econômicos


Todos temos talentos, mas algumas pessoas costumam ser mais valorizadas que outras. Quais são os curriculuns mais requisitados? Vejamos o que um rápido mergulho na origem dessa palavra tem para revelar...





















ilustração: Maria Eugênia

Curriculum: Palavra latina que significa corrida, originada em curro, correr. Associada a currus, cavalos que puxam um carro. Quando falamos de recursos humanos de certa forma nos referimos a cavalos de corrida. Essa idéia é reforçada não apenas quando observamos a vida apressada dos executivos, mas também quando percebemos que outros termos da vida profissional carregam o mesmo sentido. Carreira é um exemplo inequívoco. Mas as coincidências não param por aí. O coach, figura tradicional das praticas esportivas e cada vez mais difundido no meio executivo, não por acaso tem sua origem no cocheiro – treinador de cavalos. Platão explica no diáligo Fedro que dentro de nossa alma carregamos um puro sangue e um pangaré. Segundo ele, o desenvolvimento do ser humano depende de conseguirmos administrar bem essa relação. Lidar com pessoas numa empresa significa portanto extrair o melhor de cada um e procurar controlar o seu pior. Os curriculuns mais requisitados costumam ser aqueles de pessoas rápidas, ágeis, resistentes e que tem espírito, como os cavalos puro sangue. Já os pregiçosos, de difícil trato, burocráticos, que vivem empacando as coisas, acabam encontrando dificuldades na carreira.

A luta dos holandeses pelas ciclovias

Muitos acreditam que a Holanda, por ser um país plano, construiu sua política de transporte em torno da bicicleta. Na verdade, as ciclovias foram resultado de intensos movimentos populares contra políticas centradas nos automóveis. Elas resolveram o problema do trânsito, ajudaram o país a ser menos dependente do petróleo, reduziram drásticamente a mortalidade infantil e diminuiram as emissões de carbono. Bom exemplo para as metrópoles brasileiras. (assista)



Epidemia de DDA ou sistema de educação ultrapassado?

Vivemos uma epidemia de DDA. Crianças são medicadas (com drogas perigosas) para que consigam prestar atenção nas aulas. Alguns cientistas e educadores acreditam que isso é fruto de um sistema de educação chato e entediante, criado na época da industrialização, enquanto estamos vivendo o momento mais estimulante da história. (assista).


Capital: Dicionário semantico histórico de termos econôminos


por Dado Salem

As palavras têm histórias multi-milenares. Iniciam quando o ser humano emitiu os primeiros sons, passam por civilizações arcaicas e medievais até chegarem ao uso atual. Uma das questões que mais mobiliza a linguística é a mudança de significado que as palavras sofrem ao longo do tempo. Algumas têm seu significado tão transformado que para traduzir o sentido original é necessário reconstruir o contexto histórico. Nesse estudo procurei investigar o significado de algumas “palavras-chave” do economês. Dizem os filólogos que esses termos costumam representar a sociedade. O objetivo foi fazer uma introdução ao significado histórico das palavras que permeiam nossa vida econômica. A abordagem que utilizei se afasta da racionalidade e da exatidão teórica dos modelos econômicos, mas veremos que por meio de uma linguagem mais misteriosa e imprecisa é possivel revelar conceitos esquecidos que nos permitem saber melhor quem fomos, reconhecer quem somos e assim refletir sobre nosso futuro.


                                                                                                             











Ilustração: Maria Eugênia


Capital: véu que sacerdotisas traziam na cabeça durante sacrifícios.

Vida acelerada e o excesso de informação


por Dado Salem

                                                                                                  ilustração: Maria Eugênia
                                                                                 
"Estou tão acelerada que começo uma conversa ao telefone e depois logo quero desligar e focar em outra coisa". "Faltam horas no meu dia. Estou sobrecarregado, e com as mudanças acontecendo na empresa, as coisas estão piorando". "Recebo e-mails demais, não dou conta de responder". 

Lembra quando não existia celular, email, sms, facebook e smartphones? Não faz muito tempo. Saíamos para almoçar com tranquilidade, conversavamos sem interrupções, depois voltavamos caminhando lentamente para o trabalho para resolver as coisas que faltavam. As 18:00hs já estavamos indo para casa. Essa vida acabou, pelo menos nas metrópoles.

Ninguém mais anda devagar nos grandes centros. Todos se movimentam o mais rápido possível para dar conta do que fazer. O psicólogo Robert Levine conta em Geography of Time que conduziu uma pesquisa em 31 países para medir a velocidade das pessoas caminhando nas ruas. Nos últimos anos a velocidade média subiu de 4,78 km/h para 5,26 km/h. Segundo ele, é prova inequívoca de que o ritmo de vida está acelerando.

O que há por trás da compra compulsiva

por Dado Salem



''Consigo ficar alguns dias sem entrar em lojas e visitar sites de produtos na internet, mas depois disso a ansiedade aumenta e preciso comprar alguma coisa. [...] Quando chego em casa e vejo um pacote na entrada junto com as cartas, é como se estivesse recebendo um presente". Confissão de um comprador compulsivo.

Todos compramos por algum motivo, mas cerca de 7% das pessoas não conseguem controlar o desejo de comprar e gastam dinheiro com intuito de aliviar a ansiedade. Homens tendem a adquirir coisas mais caras, geralmente equipamentos tecnológicos. Mulheres compram coisas mais baratas, na maioria roupas, acessórios e produtos de beleza.

De onde vem a compra compulsiva? Aqui vão algumas hipóteses:


Introvertidos e extrovertidos: o inferno são os outros

A palavra diferente vem do latim differo, que por sua vez é a união de Dis (Plutão, deus do inferno) e fero (trazer, mostrar, levar diante de si, suportar, tolerar). Da mesma raiz temos as palavras difícil e difamar.  Na nossa cultura, o diferente é aquele que veio para infernizar, fazer as coisas mais difíceis e que muitas vezes precisamos suportar. Mas é no encontro dos opostos, como o dia e a noite, que acontecem as auroras e crepúsculos...



                                               Ilustração: Maria Eugênia

O declínio e a elevação

Jane Fonda é um exemplo de transformação. Ela que foi símbolo do culto ao corpo, percebeu que a vida vai muito além do aspecto físico, representado pela forma de um arco, no qual vivemos um crescimento, seguido de um declínio até a morte. Ela enxergou que atingindo a maturidade uma escada se apresenta como uma possibilidade infinita de evolução. (assista)


 

O workaholic e o apaixonado: formas diferentes de trabalhar muito

por Dado Salem
Fevereiro 2012






Existem dois tipos de pessoas que trabalham com intensidade: o workaholic e o apaixonado pelo que faz. 


O workaholic tem, em muitas situações, uma forma negativa de se relacionar com o trabalho. Apesar de trabalhar mais que os outros e muitas vezes superar o resultado esperado, ele gera uma série de problemas para quem está à sua volta, na empresa e fora dela. Pesquisas identificam que os workaholics costumam ter mais conflitos pessoais, são menos satisfeitos com o que fazem, levam mais problemas de casa para o trabalho e vice-versa, estabelecem relações piores que a média das pessoas e, além disso, tendem a ser mais insatisfeitos com a vida. 

A liberdade para seguir seu próprio caminho

Um escritor/comediante coloca sua paixão naquilo que faz e diz que a chave da felicidade é fazer aquilo que nascemos para fazer - não importa a atividade. Um açougueiro satisfeito se dedica ao conhecimento de anatomia animal para fazer os melhores cortes e deixar seus clientes felizes. Um publisher conta como chegou à profissão seguindo sua intuição. Uma shaper conseguiu espaço na indústria do surf se empenhando diariamente a produzir as melhores pranchas do mercado. Um barbeiro criativo em Denver criou um espaço tão agradável que depois do corte de cabelo seus clientes acabam ficando para uma cervejinha. 

A escolha da profissão não é uma decisão simples, especialmente para aqueles que não tem inclinação natural para as atividades mais comuns ou valorizadas. O medo da desaprovação e de não estar em conformidade com o grupo social que nos cerca provoca ansiedade e conduz a escolhas equivocadas. Algumas pessoas conseguem deixar de olhar para fora na hora de escolher o caminho na vida. O que elas tem em comum? Assista. 



Ciclos de vida: A crise dos 40 na empresa familiar


por Boris Frenk e Dado Salem

Assim como no desenvolvimento humano individual, os quarenta anos constituem um momento particularmente sensível na vida das empresas, e especialmente nas empresas familiares, os quarenta anos são também um ponto de transição importante, muitas vezes vital para a sobrevivência dessas organizações.

Empresas familiares são formadas por pessoas com vínculos afetivos intensos e íntimos. Estes vínculos podem ser a razão da existência da empresa, mas podem também ser a razão de seu fim, se não forem elaborados e canalizados criativamente. Estudos mostram que ao redor dos quarenta anos de existência a empresa familiar atravessa uma importante crise, resultado do entrelaçamento de ciclos de vida dos indivíduos envolvidos na empresa.

Os cinco maiores arrependimentos dos pacientes terminais

     Einstein.br
     Bem Estar e Qualidade de Vida
     Janeiro 2012



O Hospital Albert Einstein publicou em seu site um artigo de grande importância a respeito do livro The top five regrets of the dying escrito pela enfermeira Bonnie Ware, especialista em cuidar de pessoas próximas da morte. Para analisar a publicação, o Einstein convdou a Dra. Ana Cláudia Arantes – geriatra e especialista em cuidados paliativos – que comentou, de acordo com a sua experiência no hospital, cada um dos arrependimentos levantados pela enfermeira americana.

A crise dos 50 - profissionais experientes em transição de carreira


por Dado Salem

                                                                                         ilustração Maria Eugenia



Ao redor dos 50 anos, executivos experientes e bem sucedidos podem viver uma transição forçada em suas carreiras, desafio para o qual, em geral, não se preparam. Nesse momento, a vida tende a fazer com que se deixe de trabalhar para os outros e se comece a trabalhar para si mesmo, como consultor ou empreendedor.

O Século do Ego (BBC)

Edward Bernays, sobrinho de Freud, é uma figura desconhecida, mas foi tão influente quanto seu tio. Ele foi o primeiro a usar as ideias de Freud (de que o ser humano é irracional e movido principalmente por instintos) para controlar e manipular a sociedade. Bernays fascinou as empresas norte-americanas ao orientá-las a fazer pessoas desejarem e comprarem coisas que não precisam, ligando produtos industrializados a desejos inconscientes. Foi o início da sociedade de consumo que domina o mundo hoje. Deixamos de ser cidadãos e passamos a ser consumidores. Assista.



Psicologia do trabalho: Por que temos empregadas domésticas?


As relações de trabalho domésticas no Brasil estão em rápida transformação. Estamos vivendo hoje o que aconteceu na Inglaterra em 1900 e nos Estados Unidos algumas décadas depois. Será cada vez mais caro e difícil ter alguém contratado para cuidar dos serviços de casa. Por outro lado, novos produtos e serviços surgirão para atender as necessidades das famílias brasileiras. 

Por que temos empregadas domésticas? Pessoas ricas e ocupadas dizem que contratam para fazer sua vida mais fácil, mas há outros motivos...














Celebridades e sapatos no cérebro feminino

por Dado Salem


Existem 4 tipos de endossos em campanhas publicitárias: o do especialista, o do presidente da empresa, o do consumidor comum e o da celebridade. Este último é o mais eficaz, por esse motivo é tão comum vermos pessoas famosas sendo utilizadas para alavancar a venda de produtos. Nos Estados Unidos, uma em cada 4 campanhas usa celebridades para algum tipo de endosso (1). 

Essa prática não é nova. Dizem que teve início no século XVI quando um fabricante de porcelanas na Inglaterra desenvolveu uma linha para uso da Rainha Charlotte e foi nomeado "Potter to Her Majesty". A Queensware China, como ficou conhecida, se tornou um sucesso imediato de vendas.

Pesquisas científicas recentes revelaram que o efeito da fama em produtos é uma espécie de toque de mágica. Não há necessidade de palavras (2). Basta colocar a imagem do produto ao lado do personagem para que aconteça uma imediata e duradoura transferência de atributos positivos da celebridade para o produto. Uma única e rápida exposição é suficiente. Veja os exemplos abaixo: