Ansiedade e consumo

"Somos persuadidos a gastar um dinheiro que não temos, em coisas que não precisamos, para criar impressões que não duram, em pessoas com quem não nos importamos". Tim Jackson, professor da Universidade de Surrey (UK), resume desta forma o sistema angustiante baseado no crescimento e no consumo. Segundo ele, existem maneiras mais sustentáveis de prosperidade. (assista)



Desânimo às segundas-feiras pode ser sinal de que você está na profissão errada


Publicado no Uol
por Simone Cunha
junho 2012 


                                                                               ilustração: Maria Eugênia


Uma pesquisa feita em maio pelo Instituto Datafolha constatou que 25% dos brasileiros ainda trabalham insatisfeitos. "Há uma grande parcela que precisa aceitar atividades que estão disponíveis por não ter oportunidade de atuar em outras áreas", afirma José Roberto Leite, chefe do Setor de Medicina Comportamental do departamento de Psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Por isso, para alguns profissionais, encarar a segunda-feira ainda é um drama. "Tem gente que já começa a sofrer no domingo e acha que não vai suportar mais uma semana", diz a "leader coach" Mirian Zacarelli, diretora da KMZ Consultoria e Eventos.

Os especialistas confirmam que quem não faz o que gosta tende a desenvolver sintomas de estresse crônico. "Irritabilidade, cansaço, tristeza, apatia, ansiedade, quadros agressivos e até um estado de humor depressivo", exemplifica Leite. Para Renato Grinberg, diretor geral do site Trabalhando.com, a quantidade de problemas de saúde pode ser um sinal de que a pessoa não está feliz profissionalmente. "A doença acaba sendo usada como fuga, ou seja, uma maneira de a pessoa ficar longe daquele ambiente que tanto a incomoda", diz.

Em louvor dos desajustados

Durante muito tempo, os adaptados, focados e seguidores de regras foram os preferidos das empresas. Quanto mais adequado melhor. Hoje vemos acontecer o oposto. Pessoas dispersas, anti-sociais e com síndromes de todos os tipos se tornaram os novos gênios. 

In praise of misfits
Publicado em The Economist
junho 2012
tradução Dado Salem


                                                                                          ilustração Maria Eugênia


EM 1956 William Whyte argumentou em seu best-seller, "O Homem da Organização", que as empresas estavam tão apaixonadas pelos executivos "ajustados" que travaram uma "luta contra o gênio". Hoje, muitos sofrem com o preconceito oposto. Empresas de software se alimentam de Geeks (aficcionados por tecnologia) anti-sociais. Fundos de hedge absorvem figuras igualmente excêntricas. Hollywood faz de tudo para atender os caprichos dos criativos e governos se apoiam nos empreendedores, figuras que costumam ter dificuldade de seguir regras, para a criação de empregos. Ao contrário do recreio da escola, o mercado é simpático aos desajustados.

A menina que calou o mundo por 5 minutos

Na ECO 92 uma ativista canadense de 12 anos fez um discurso histórico que calou o mundo. Ela e alguns amigos angariaram fundos na comunidade onde viviam, montaram uma ONG e vieram ao Rio. Na última hora a Unicef abriu espaço para que falassem aos chefes de estado. (Assista)