Sozinhos, mas não solitários

Por Maurício Oliveira
Valor
Março 2017



Se há uma estatística comprovando que estamos cada vez mais individualistas, é esta: o número de pessoas morando sozinhas no Brasil quase dobrou nos últimos dez anos, saltando de 5,5 milhões para 9,9 milhões. São mais jovens saindo da casa dos pais em busca de autonomia, mais pessoas que se separaram, mais senhoras e senhores que enviuvaram, mais gente que estuda ou trabalha longe da cidade de origem e até mesmo mais casais que mantêm uma relação estável e optaram por viver cada um no seu canto.

Na última década, em que a quantidade total de domicílios contabilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou de 53,3 milhões para 68,1 milhões, a participação dos chamados "arranjos unipessoais" - aqueles ocupados por apenas um morador - evoluiu de 10,4% para 14,6% dos domicílios. Trata-se de um fenômeno estreitamente vinculado a outro, mais amplo: o encolhimento das famílias. Nesse mesmo período, a taxa de fecundidade caiu quase 20%, de 2,09 para 1,72 filhos por mulher, e a proporção de casais com filhos, morando todos sob o mesmo teto, recuou de 50,1% para 42,3% dos lares brasileiros.

A revolução da Inteligência Artificial chegou, e agora?

Sergey Brin, fundador do Google, relata no World Economic Forum 2017 que não notou a revolução da Inteligência Artificial chegando, apesar dela estar sendo desenvolvida dentro de sua própria empresa. Onde isto nos levará?