Compras Compulsivas: Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP oferece tratamento gratuito para estudo

O Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP busca pessoas de 21 a 60 anos, que apresentam compulsão/descontrole por compras (oniomania), para participar de estudo. Para os selecionados, serão oferecidos tratamentos médico, medicamentoso e psicoterápico.



Oniomania ou Compras Compulsivas é caracterizado por:

* Preocupação excessiva e perda de controle sobre o ato de comprar.
* Aumento progressivo do volume de compras.
* Tentativas frustradas de reduzir ou controlar as compras.
* Comprar para lidar com a angústia, ou outra emoção negativa.
* Mentiras para encobrir o descontrole com compras.
* Prejuízos nos âmbitos social, profissional e familiar.
* Problemas financeiros causados por compras.

Os interessados deverão entrar em contato pelo telefone do Pro-AMITI (11) 2661-7805 ou enviar um e-mail com telefone de contato para compradorescompulsivos.hc@gmail.com

Site:www.amiti.com.br
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Artigo relacionado: http://www.psiconomia.com.br/2012/03/o-necessario.html

Murar o medo

por Mia Couto



O medo foi um dos meus primeiros mestres. Antes de ganhar confiança em celestiais criaturas aprendi a temer monstros, fantasmas e demônios. Os anjos quando chegaram já era pra me guardarem. Os anjos atuavam como uma espécie de agentes de segurança privada das almas. Nem sempre os que me protegiam sabiam da diferença entre sentimento e realidade. Isso acontecia, por exemplo, quando me ensinavam carcear os desconhecidos. Na realidade a maior parte da violência contra as crianças sempre foi praticada não por estranhos, mas por parentes e conhecidos. Os fantasmas que serviam na minha infância reproduziam esse velho engano de que estamos mais seguros em ambientes que reconhecemos. Os meus anjos da guarda tinham a ingenuidade de acreditar que eu estaria mais protegido apenas por não aventurar para além da fronteira da minha língua, da minha cultura e do meu território. O medo foi, afinal, o mestre que mais me fez desaprender. Quando deixei minha casa natal, uma invisível mão roubava minha coragem de viver e a audácia de ser eu mesmo. No horizonte vislumbravam-se mais muros do que estradas. Nessa altura algo me sugeria o seguinte: que há neste mundo mais medo de coisas más do que coisas más propriamente ditas.