A visão do Bobo

Por Dado Salem
inspirado no texto de Cecil Collins, artista inglês associado ao movimento surrealista
Julho 2024


Num mundo dominado pela razão, o Bobo desafia as convenções, revela a magia da imaginação e a beleza da simplicidade. 




Num mundo sobrecarregado de racionalidade e dominado pela lógica, existe uma figura que dança levemente à margem da razão, livre das amarras do pensamento convencional. Esta figura é o Bobo. O Bobo, muitas vezes incompreendido e subestimado, personifica uma visão que vai além das superficialidades da existência moderna, oferecendo o vislumbre de um mundo onde a inocência, o encanto e a sabedoria se misturam e reinam supremos.

O Bobo, em sua essência, não está preso às estruturas rígidas da sociedade. Ele é um andarilho, um buscador de verdades que estão além do senso comum. Seus olhos inocentes, livres do cinismo, veem o mundo de maneira pura – uma tapeçaria infinita de beleza, mistério e potencias. Para o Bobo, cada momento é um milagre, cada encontro uma troca significativa, e cada caminho uma jornada rumo ao sublime.

Na mitologia, o Bobo aparece como um símbolo tanto de começos quanto de finais, um guardião da fronteira entre o conhecido e o desconhecido. Ele está no limiar da aventura, sem medo de cair no vazio, pois confia na benevolência do universo. Esta confiança não nasce da ingenuidade, mas de uma compreensão profunda de que o mundo é um lugar de infinitas possibilidades, onde a alma pode florescer se ousar sonhar.