Home office e a globalização do trabalho

Por Simon Kuper
Financial Times
Março 2021


“Se você pode fazer seu trabalho de qualquer lugar, alguém de qualquer lugar pode fazer seu trabalho.”



A Canadian I know has just started work at a bank in the US. He won’t have to move: he’ll work from home in Toronto and keep paying Canadian taxes. He will earn less than he would in the US, but more than in Canada.

An entrepreneur I know in Paris is recruiting staff in the same spirit. After the pandemic hit, he closed his office and laid off many employees. Now he hires graphic designers in South Africa instead of Paris, getting more experienced people at half the price. He won’t go back to recruiting Parisians.


There has been endless talk of remote workers moving from New York or London to Florida or Sussex. In fact, something more radical is happening: high-skilled jobs are being offshored out of superstar cities to the rest of the world. Like so many changes in this pandemic, what began as an emergency response may solidify into permanence.


The trend towards global remote work predated Covid-19, especially in tech. Companies in Silicon Valley and New York, looking for cheap top-class talent, created teams of developers in India and, later, in Latin America. Then, when the virus prompted mass homeworking, people in all sorts of highly paid professions seized the opportunity to offshore themselves. Again, the effect was probably strongest in tech, where most jobs can be done remotely and the workforce is global: about 71 per cent of tech employees in Silicon Valley were foreign-born, calculated The Seattle Times in 2018.


Australians, New Zealanders and Irish people were among those who brought their jobs home in the pandemic. Countries from Barbados to Estonia created visas to lure remote workers.

A trágica correlação entre conflitos e desastres

Por Dado Salem
Março 2021

No momento em que estamos vivendo o pico da Pandemia no Brasil, vendo que poderíamos ter evitado essa situação mas que o conflito político impediu uma ação coordenada dos governos, multiplicando exponencialmente o número de mortos, fico preocupado com nosso futuro diante das mudanças climáticas que virão.  



Desastres não são decorrentes de acidentes naturais.

Todos os anos vemos acontecer terremotos, furacões, secas, incêndios, vulcões, tsunamis, enchentes, etc. Mas esses eventos naturais, por mais terriveis que sejam, não costumam causar desastres.

Desastres são eventos calamitosos que causam uma ruptura no funcionamento de uma sociedade gerando graves perdas humanas, econômicas, ambientais, etc. e que excedem a capacidade da comunidade resolver sozinha, precisando recorrer ao auxílio externo. A explosão no porto do Líbano é um exemplo, o rompimento da barragem de Mariana é outro recente no Brasil.   

Em geral, quando há um plano de mitigação de riscos, os impactos de acidentes naturais tendem a ser minimizados. Esses eventos só se tornam desastres quando pessoas e o ambiente estão expostas a riscos e os organismos responsáveis e governos negligenciam ou não agem coordenadamente. Aí o resultado tende a ser devastador, multiplicando o número de mortos e gerando graves consequências sociais, econômicas e ambientais. Ou seja, embora muitas vezes desastres tenham causas naturais, eles são resultado da ação humana, ou da sua inação*.

Conflitos políticos são causadores de desastres.

Conflitos acontecem quando dois ou mais grupos não se escutam, não encontram uma maneira construtiva de resolver suas diferenças e atuam no intuito de prejudicar o outro para atingir seus objetivos.

Num país políticamente estável é mais provável que se encontre pacificamente maneiras de resolver problemas e mitigar riscos de acidentes naturais. No entanto, num país onde há conflitos políticos deflagrados e se coloca interesses pessoais e partidários acima do interesse comum, uma ação coordenada é práticamente impossível, o que aumenta muito a probabilidade de ocorrerem desastres.