O Centro da Zona Sul

Por Dado Salem
Setembro 2023



Neste sábado fiz um programa incrível com um grupo de empresários e suas famílias. Tinha até criança de colo. Participamos de uma experiência de um dia no Instituto Reação, projeto com quem venho colaborando.

Começamos no tatame com  uma aula de humildade: aprender a cair - orientadas por faixas pretas, crias da Rocinha e do Reação, que já caíram muito na vida. Essa atividade é instrutiva tanto pra quem está ficando velho, como eu, quanto para jovens que ainda vão levar um monte de rasteiras da vida. Percebi nesses mestres uma integridade de caráter como raramente se encontra por aí.

Pegamos então as vans e subimos até o topo do morro. Com um comércio atrás do outro e um sobe e desce constante de motos e vans, a Estrada da Gavea é mais ativa que a Avenida Rio Branco. Uma energia vibrante, empreendedora, colaborativa, amistosa, suja e caótica. Dessa efervescência vem a alegria e a criatividade que são a marca da alma brasileira. É o Brasil na veia. 

Comunicação não Violenta

Julho 2023 

Roxy Manning, psicóloga, imigrante afro-caribenha nos Estados Unidos, é uma grande mestra e uma das maiores especialistas em Comunicação Não Violenta na atualidade. Neste vídeo ela faz um resumo sobre a CNV, técnica que pode ajudar pessoas a lidarem com questões sensíveis tanto na esfera pessoal, quanto familiar, organizacional e coletiva.



A importância de um clima de trabalho saudável

Por Dado Salem
Maio 2023




O investimento em um ambiente saudável e motivador é uma estratégia fundamental para o sucesso a longo prazo de uma empresa. 


Relações Interpessoais

As relações entre as pessoas desempenham um papel crucial na construção de um clima de trabalho positivo. A cooperação entre colegas de trabalho é fundamental para promover a colaboração e a produtividade. Quando os membros da equipe se ajudam mutuamente e compartilham conhecimentos, é possível alcançar melhores resultados.

No artigo "Collective Intelligence and Group Performance", publicado por Woolley, Chabris, Pentland, Hashmi e Malone na revista Science em 2010, os pesquisadores analisaram como a inteligência coletiva afeta o desempenho do grupo em tarefas diversas, como resolução de problemas, tomada de decisões e planejamento estratégico. Eles descobriram que grupos nos quais os membros colaboram ativamente e compartilham conhecimentos têm um desempenho significativamente melhor do que grupos nos quais a colaboração é limitada. Além disso, a diversidade de conhecimentos e perspectivas entre os membros da equipe também foi identificada como um fator importante para aumentar a inteligência coletiva do grupo. Outra boa leitura sobre esse tema é "The Wisdom of Crowds" de James Surowiecki.

A Inteligência Artificial haqueou o sistema operacional da humanidade

Yuval Noah Harari argues that AI has hacked the operating system of human civilisation
Por Yuval Harari
The Economist
Abril 2023

Muitos artigos foram publicados sobre os impactos da Inteligência Artificial após o lançamento do Chat GPT, mas se você quiser ler apenas um, leia esse. 



Years of artificial intelligence (AI) have haunted humanity since the very beginning of the computer age. Hitherto these fears focused on machines using physical means to kill, enslave or replace people. But over the past couple of years new ai tools have emerged that threaten the survival of human civilisation from an unexpected direction. AI has gained some remarkable abilities to manipulate and generate language, whether with words, sounds or images. AI has thereby hacked the operating system of our civilisation.

Language is the stuff almost all human culture is made of. Human rights, for example, aren’t inscribed in our dna. Rather, they are cultural artefacts we created by telling stories and writing laws. Gods aren’t physical realities. Rather, they are cultural artefacts we created by inventing myths and writing scriptures.

Money, too, is a cultural artefact. Banknotes are just colourful pieces of paper, and at present more than 90% of money is not even banknotes—it is just digital information in computers. What gives money value is the stories that bankers, finance ministers and cryptocurrency gurus tell us about it. Sam Bankman-Fried, Elizabeth Holmes and Bernie Madoff were not particularly good at creating real value, but they were all extremely capable storytellers.

Inovação - necessidade, luz e sombra

Por Dado Salem
Abril 2023


É hora de termos um olhar mais equilibrado para o avanço tecnológico.





Ao longo da história, enfrentamos diversos desafios e obstáculos que nos obrigaram a inovar e adaptar para sobreviver. Desde a invenção da roda até o desenvolvimento da internet, a inovação foi impulsionada principalmente pela necessidade. O famoso provérbio, "A necessidade é a mãe da inovação" foi comprovado várias vezes.

Um dos exemplos mais conhecidos é o desenvolvimento da imprensa por Gutenberg no século XV. Na época, os livros eram manuscritos e, portanto, raros e caros. Gutenberg viu a necessidade de uma maneira mais rápida e eficiente de produzir livros e, assim, desenvolveu a imprensa. Essa inovação revolucionou o mundo editorial e tornou os livros mais acessíveis ao público em geral, levando a um aumento significativo nos índices de alfabetização e na disseminação do conhecimento.

Outro exemplo de necessidade impulsionando a inovação é o desenvolvimento da lâmpada por Thomas Edison no final do século XIX. Edison viu a necessidade de uma fonte confiável e duradoura de luz artificial, pois velas e lâmpadas a gás não eram apenas ineficientes, mas também perigosas. Ele passou anos experimentando diferentes materiais até encontrar um filamento adequado que pudesse produzir uma luz constante sem queimar rapidamente. A invenção da lâmpada elétrica não apenas revolucionou a maneira como vivemos, mas também abriu caminho para muitas outras inovações no campo da eletrônica.

Decisões de carreira em tempos voláteis e incertos

 Por Dado Salem

Abril 2023

O que vale mais a pena, seguir uma carreira que paga bem ou uma que esteja mais alinhada com seus valores e interesses? E o que fazer em tempos voláteis e incertos?



A Psicologia Econômica é um campo interdisciplinar que explora a interseção entre Economia e Psicologia e examina, por exemplo, o desenvolvimento de carreira, particularmente em termos de como tomamos decisões sobre nossas carreiras e como essas decisões afetam resultados econômicos e satisfação.

Um dos estudos mais recentes nesse campo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Wisconsin e publicado no Journal of Applied Psychology - "Making a Good Decision: The Relationship Between Decision Quality, Career Decision Self-Efficacy, and Postdecisional Affective States" por Amber N. Gaffney, Leigh Plunkett Tost, e Kristin D. Neff. O estudo examinou a relação entre a tomada de decisões de carreira e os resultados econômicos, observando especificamente os fatores que influenciam as decisões dos indivíduos de seguir carreiras em áreas com altos salários versus áreas que se alinham com seus interesses e valores pessoais.

O estudo descobriu que os indivíduos que priorizam seus interesses e valores pessoais ao tomar decisões de carreira tendem a ter maior satisfação no trabalho e maior sucesso na carreira a longo prazo. No entanto, aqueles que priorizam ganhar um salário alto no início de suas carreiras podem experimentar um aumento de ganhos de curto prazo, mas são mais propensos a se sentiram insatisfeitos com o trabalho ao longo do tempo.

Como se manter feliz e promover a transformação quando tudo à nossa volta parece que vai mal?

Motivos não faltam para um pessimista afirmar sua convicção. Guerra nas bordas da Europa com ameaça de armas nucleares, secas e dilúvios cada vez mais perto, intensos e constantes, IPCC dizendo que perdemos a oportunidade de evitar a catástrofe climática, bancos suíços e americanos quebrando, novas tecnologias ameaçando empregos e concentrando cada vez mais a renda, sensação generalizada de estar desatualizado e ficando para trás, governos que não tem capacidade de solucionar os problemas atuais, índice de suicídio crescendo... parece que estamos entrando num período de trevas. Mas será que vale a pena pensar dessa forma? 

O jornalista Charlie Brinkhurst-Cuff entrevistou um psiquiatra especializado em suicídios, uma médica de um hospital para crianças com doenças terminais, uma educadora e ativista ambiental em Uganda, país onde as mudanças climáticas mais mostraram seus efeitos até agora, entre outras. Essas pessoas contam como se mantem felizes e quanto ter uma perspectiva positiva melhora a própria vida e os resultados de seus trabalhos.




Do You Have to Be an Optimist to Work Toward a Better World?
By Charlie Brinkhurst-Cuff
NYTimes
Fevereiro 2023


“I’m afraid that the world is entering a dark age,” said Dr. Igor Galynker, a psychiatrist who specializes in suicide research and intervention. But, he added: “On an individual level, helping people deal with this, and finding ways to live with this or fight this? I’m very optimistic.”

Dr. Galynker’s outlook expresses the paradox for professionals working on the front lines of different crises — whether it’s suicide prevention, climate science, hospice care for children or even imagining a dystopian future in literature — that demand you contend with the worst possible outcomes.

If you are working to make the world better, do you have to be an optimist? Or does pessimism better equip you to address the challenges the future presents?

Ser Anti-ESG pode custar caro.

Se você fosse um fabricante de velas quando inventaram a luz elétrica, sairia para tentar quebrar as lâmpadas ou procuraria fazer seu negócio evoluir? Pois é o que alguns empresários estão apostando. Ir contra o ESG a partir de agora é como sair quebrando lâmpadas. Esse artigo da The Economist ilumina a questão e alerta: essa aposta pode custar caro.







The anti-ESG industry is taking investors for a ride - Making a stand comes at a considerable price
The Economist
Março 2023


Until recently, there were two iron laws in investing. One, popularised by Milton Friedman, a Nobel-prizewinning economist, posited that a company’s responsibility above all else was to provide returns to its shareholders. The second, promoted by Jack Bogle, founder of Vanguard, an investment firm, held that asset-management fees must be driven to the lowest level possible.

Quase 30% da força de trabalho norteamericana pediu demissão em 2022

Por World Economic Forum
Janeiro 2023

A força de trabalho norteamericana soma 163,5 milhões de pessoas, dessas, 47 milhões pediram demissão no ano passado. O motivo dessa onda mostra que uma mudança cultural está em curso.





If you’ve quit your job in the last year or two, then you’re part of what’s become known as the Great Resignation.

It’s the term coined in 2021 to describe the record number of people in some advanced economies who have left their jobs since the onset of the COVID-19 pandemic.

And this mass shake-up of the workforce is continuing, according to the latest data from the US Bureau of Labor Statistics (BLS). Around 4 million Americans quit their jobs in October 2022, which is 2.6% of the workforce, it says. This is similar to recent months, after hitting a record 4.5 million workers in November 2021.

The hospitality and leisure industry had the highest number of people leaving their jobs among the major industries in October 2022, at 5.5%, the BLS says. The quit rate in the transportation, warehousing and utilities industry was 2.8%, and in the construction industry it rose to 2.4% from 2% a month earlier.

Bem-vinda nova geração

por Dado Salem
Janeiro 2023


No mundo da tecnologia se diz que as mudanças vem primeiro com os inovadores e visionários, em seguida os pragmáticos percebem e se adaptam, depois, sempre um pouco atrasados, estão os conservadores e por último, nadando contra a correnteza, os céticos. Uma grande transição de poder está acontecendo agora. Após a leitura desse breve artigo me diga, em qual dessas posições você se vê?  




Grandes eventos tem o poder de moldar gerações. A Pandemia foi para os jovens o que as duas grandes guerras do século XX e bomba atômica significaram para nossos avós e bisavós. Foi o que a crise do petróleo, a queda das torres gêmeas e a crise de 2008 representaram para a nós e nossos pais. A parada e o “restart” da economia decorrente da Covid-19 teve esse nível de impacto para a Geração Z (nascida entre 1995 e 2010). Ficou claro para eles como é viver num mundo calmo e sem poluição. Foi possível ver o céu azul em Beijing, o ar de Londres ficou limpo, foram vistos 33% mais esquilos, 66% mais abelhas, 97% mais borboletas e segundo geólogos, a terra tremeu menos (1). Deu para perceber, mensurar e questionar o impacto do nosso estilo de vida no planeta.