Fevereiro 2012
Existem dois tipos de pessoas que trabalham com intensidade: o workaholic e o apaixonado pelo que faz.
O workaholic tem, em muitas situações, uma forma negativa de se relacionar com o trabalho. Apesar de trabalhar mais que os outros e muitas vezes superar o resultado esperado, ele gera uma série de problemas para quem está à sua volta, na empresa e fora dela. Pesquisas identificam que os workaholics costumam ter mais conflitos pessoais, são menos satisfeitos com o que fazem, levam mais problemas de casa para o trabalho e vice-versa, estabelecem relações piores que a média das pessoas e, além disso, tendem a ser mais insatisfeitos com a vida.
O apaixonado por sua vez trabalha duro porque gosta do que faz. Se sente realizado, é absorvido pelo trabalho como se fosse puxado por um magnetismo, acha a atividade interessante, é dedicado, perseverante, entusiasmado e sente orgulho da profissão. Costuma “vestir a camisa” de onde trabalha e tende a ser mais feliz com a vida que leva. Por esses motivos, é considerado um jeito positivo de trabalhar intensamente.
O workaholic trabalha motivado por cobranças internas que o "obrigam a fazer", sob a ameaça de sentimentos negativos de culpa, vergonha, e ansiedade. Isso deriva da insegurança enraizada numa baixa auto-estima. O workaholic enxerga as pessoas que considera significativas num patamar elevado, exigindo um altíssimo padrão de entrega para que seja aceito. Ele busca no trabalho árduo e nas promoções, seu senso de valor, sua auto-estima, seu reconhecimento e aprovação.
O apaixonado é motivado por uma cobrança interna autônoma e genuína. Faz porque gosta, porque sente prazer e satisfação em fazer bem feito. É otimista e sente confiança em suas capacidades. Isso explica o esforço e a perseverança daqueles que investem grande energia em trabalhos que os absorvem e que muitas vezes sentem dificuldade de largar.
Mas não podemos deixar de reconhecer que qualquer trabalho tem sua dose de chatice. Não é coincidência o fato da palavra trabalho ser derivada de tripaliu, um instrumento arcaico de tortura. É preciso aceitar que nem tudo é prazeroso, mesmo para aquele que é apaixonado pelo que faz. No entanto, pelo que foi exposto, sua carga é mais leve, é como se uma mão invisível o ajudasse a carrega-la.
Referências:
Bonebright et al. The relationship of workaholism with work-life conflict, lifesatisfaction and purpose in life. Journal of Counseling Psychology, 47, 469-477. 2000.
Burke, R.J.; MacDermid, G. Are workaholics job satisfied and successful in their careers? Career Development International, 4, 277-282. 2000.
Schaufeli et al. Workaholism, burnout and well-being among Junior doctors: The mediating role of role conflict. Work & Stress, 23, 155-172. 2009.
Schaufeli, W.B.; Shumazu, A.; Taris, T.W. Being driven to work exceptionally hard: The evaluation of a two-factor measure of workaholism in the Netherlands and Japan. Cross-Cultural Research, 43, 320-348. 2009.
Existem dois tipos de pessoas que trabalham com intensidade: o workaholic e o apaixonado pelo que faz.
O workaholic tem, em muitas situações, uma forma negativa de se relacionar com o trabalho. Apesar de trabalhar mais que os outros e muitas vezes superar o resultado esperado, ele gera uma série de problemas para quem está à sua volta, na empresa e fora dela. Pesquisas identificam que os workaholics costumam ter mais conflitos pessoais, são menos satisfeitos com o que fazem, levam mais problemas de casa para o trabalho e vice-versa, estabelecem relações piores que a média das pessoas e, além disso, tendem a ser mais insatisfeitos com a vida.
O apaixonado por sua vez trabalha duro porque gosta do que faz. Se sente realizado, é absorvido pelo trabalho como se fosse puxado por um magnetismo, acha a atividade interessante, é dedicado, perseverante, entusiasmado e sente orgulho da profissão. Costuma “vestir a camisa” de onde trabalha e tende a ser mais feliz com a vida que leva. Por esses motivos, é considerado um jeito positivo de trabalhar intensamente.
O workaholic trabalha motivado por cobranças internas que o "obrigam a fazer", sob a ameaça de sentimentos negativos de culpa, vergonha, e ansiedade. Isso deriva da insegurança enraizada numa baixa auto-estima. O workaholic enxerga as pessoas que considera significativas num patamar elevado, exigindo um altíssimo padrão de entrega para que seja aceito. Ele busca no trabalho árduo e nas promoções, seu senso de valor, sua auto-estima, seu reconhecimento e aprovação.
O apaixonado é motivado por uma cobrança interna autônoma e genuína. Faz porque gosta, porque sente prazer e satisfação em fazer bem feito. É otimista e sente confiança em suas capacidades. Isso explica o esforço e a perseverança daqueles que investem grande energia em trabalhos que os absorvem e que muitas vezes sentem dificuldade de largar.
Mas não podemos deixar de reconhecer que qualquer trabalho tem sua dose de chatice. Não é coincidência o fato da palavra trabalho ser derivada de tripaliu, um instrumento arcaico de tortura. É preciso aceitar que nem tudo é prazeroso, mesmo para aquele que é apaixonado pelo que faz. No entanto, pelo que foi exposto, sua carga é mais leve, é como se uma mão invisível o ajudasse a carrega-la.
Referências:
Bonebright et al. The relationship of workaholism with work-life conflict, lifesatisfaction and purpose in life. Journal of Counseling Psychology, 47, 469-477. 2000.
Burke, R.J.; MacDermid, G. Are workaholics job satisfied and successful in their careers? Career Development International, 4, 277-282. 2000.
Schaufeli et al. Workaholism, burnout and well-being among Junior doctors: The mediating role of role conflict. Work & Stress, 23, 155-172. 2009.
Schaufeli, W.B.; Shumazu, A.; Taris, T.W. Being driven to work exceptionally hard: The evaluation of a two-factor measure of workaholism in the Netherlands and Japan. Cross-Cultural Research, 43, 320-348. 2009.
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