por Dado Salem
Sabemos que tomar uma decisão sozinho é mais fácil que em grupo. O Psicólogo José Ernesto Bologna costumava dar o seguinte exemplo: se você quiser ir ao cinema basta entrar na internet, escolher o filme e comprar o ingresso. Agora tente fazer isso num grupo de 8 pessoas. Um prefere drama, outro filme europeu, um terceiro não pode naquele horário, um quarto já assistiu o filme, e por ai vai. Essa simples tarefa pode demorar horas e provocar muita discussão.
Mas quando falamos de decisões complexas a coisa pode ser bem diferente.
Um estudo conduzido pelo psicólogo Patrick Laughlin (*) na Universidade de Illinois nos EUA revelou que grupos conseguem resolver problemas melhor que indivíduos. Segundo ele, os resultados obtidos por um grupo trabalhando cooperativamente costumam ser melhores que o mais eficiente membro do grupo trabalhando sozinho.
É comum um líder experiente e confiante deixar de ouvir membros de seu grupo quando precisa tomar uma decisão importante. Muitos são naturalmente centralizadores e narcisistas. Outros acabam se sentindo obrigados a agir desse jeito, sob a cobrança de que são pagos para tomar decisões e resolver questões complexas, se não fosse assim acreditam que seriam dispensáveis. Essa atitude costuma ser reforçada por membros de equipes que tendem a não querer assumir responsabilidades e a confiar no chefe para resolver problemas.
Isso pode ser perigoso tendo em vista que uma pessoa sozinha, por mais competente que seja, não consegue ter a diversidade de perspectivas de uma unidade multipessoal. Além disso, uma pessoa não consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, enquanto que um grupo cooperativo consegue dividir tarefas e executá-las simultaneamente.
Quando líderes, mesmo os mais inteligentes e preparados, não consideram a visão de seus subordinados, costumamos encontrar decisões equivocadas, soluções que poderiam ser melhores e erros críticos que poderiam ser evitados.
Veja o diálogo abaixo registrado num vôo minutos antes de um acidente (**):
Co-piloto: Vamos checar o gelo nas asas novamente? Estamos sentados aqui há algum tempo.
Capitão: Não. Precisamos sair em um minuto.
Co-piloto: [Se referindo à leitura de um instrumento] Isso não parece certo, não é?
Capitão: Sim está.
Co-piloto: É, pode ser que sim.
[Som do avião tentando ganhar altitude sem sucesso]
Co-piloto: Larry, estamos indo para baixo!
Capitão: Eu sei
[Som do impacto que matou o capitão, o co-piloto e outras 76 pessoas]
Se um líder adota uma postura colaborativa e incentiva a participação da equipe em tomadas de decisão, sua tarefa passa a ser de ajudar cada um a fazer sua melhor reflexão a respeito do assunto e garantir que todos compreendam as visões apresentadas. Mesmo que algumas propostas não sejam aproveitadas, resultando num ou noutro ego ferido, essas sugestões são importantes e devem ser levadas em conta no desenvolvimento da decisão final. Além de ter uma consciência ampliada da questão, o líder passa a ter maior apoio na hora da execução, pois todos tendem a se sentir responsáveis pela solução.
(*) Group Problem Solving - Patrick R. Laughlin
(**) The Perils of Being the Best and the Brightest - Robert B. Cialdini
Um estudo conduzido pelo psicólogo Patrick Laughlin (*) na Universidade de Illinois nos EUA revelou que grupos conseguem resolver problemas melhor que indivíduos. Segundo ele, os resultados obtidos por um grupo trabalhando cooperativamente costumam ser melhores que o mais eficiente membro do grupo trabalhando sozinho.
É comum um líder experiente e confiante deixar de ouvir membros de seu grupo quando precisa tomar uma decisão importante. Muitos são naturalmente centralizadores e narcisistas. Outros acabam se sentindo obrigados a agir desse jeito, sob a cobrança de que são pagos para tomar decisões e resolver questões complexas, se não fosse assim acreditam que seriam dispensáveis. Essa atitude costuma ser reforçada por membros de equipes que tendem a não querer assumir responsabilidades e a confiar no chefe para resolver problemas.
Isso pode ser perigoso tendo em vista que uma pessoa sozinha, por mais competente que seja, não consegue ter a diversidade de perspectivas de uma unidade multipessoal. Além disso, uma pessoa não consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, enquanto que um grupo cooperativo consegue dividir tarefas e executá-las simultaneamente.
Quando líderes, mesmo os mais inteligentes e preparados, não consideram a visão de seus subordinados, costumamos encontrar decisões equivocadas, soluções que poderiam ser melhores e erros críticos que poderiam ser evitados.
Veja o diálogo abaixo registrado num vôo minutos antes de um acidente (**):
Co-piloto: Vamos checar o gelo nas asas novamente? Estamos sentados aqui há algum tempo.
Capitão: Não. Precisamos sair em um minuto.
Co-piloto: [Se referindo à leitura de um instrumento] Isso não parece certo, não é?
Capitão: Sim está.
Co-piloto: É, pode ser que sim.
[Som do avião tentando ganhar altitude sem sucesso]
Co-piloto: Larry, estamos indo para baixo!
Capitão: Eu sei
[Som do impacto que matou o capitão, o co-piloto e outras 76 pessoas]
Se um líder adota uma postura colaborativa e incentiva a participação da equipe em tomadas de decisão, sua tarefa passa a ser de ajudar cada um a fazer sua melhor reflexão a respeito do assunto e garantir que todos compreendam as visões apresentadas. Mesmo que algumas propostas não sejam aproveitadas, resultando num ou noutro ego ferido, essas sugestões são importantes e devem ser levadas em conta no desenvolvimento da decisão final. Além de ter uma consciência ampliada da questão, o líder passa a ter maior apoio na hora da execução, pois todos tendem a se sentir responsáveis pela solução.
(*) Group Problem Solving - Patrick R. Laughlin
(**) The Perils of Being the Best and the Brightest - Robert B. Cialdini
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