A semana de 4 dias úteis




por Lynne Peeples
Scientific American
Traduzido por Dado Salem


No momento em que empresas e governos se empenham em cortar despesas, um tipo de corte, que agrada os trabalhadores, começa a chamar atenção – a semana de 4 dias úteis.

Um final de semana prolongado, sem decréscimo nas horas trabalhadas, pode não apenas economizar dinheiro, mas também aliviar a pressão sobre o ambiente, a saúde pública e melhorar o bem estar geral, dizem os defensores da idéia. Vários estados, cidades e empresas nos Estados Unidos estão considerando a idéia ou já a implementaram como teste.

A crise econômica deu inicio à tendência, na medida que empresas buscaram maneiras de evitar demissões. As empresas perceberam que deixando de trabalhar às sextas-feiras, conseguiriam economizar sem precisar reduzir o total de horas trabalhadas.

Os estados norteamericanos estão de olho em Utah, que redefiniu a escala de trabalho de mais de 17.000 funcionários. Não há necessidade de acender as luzes, ligar ar condicionados, usar elevadores, limpar os prédios, se locomover, etc., num dos dias da semana. O trabalho foi redistribuido em horários extendidos de segunda a quinta. Em 8 meses o estado de Utah economizou USD 1,8 milhões, os congestionamentos nas estradas diminuiram, e o mais importante: as pessoas estão adorando! Uma pesquisa feita com os funcionários apontou que 82% aprovaram a mudança.

Mas nem todos gostam da semana de 4 dias. Alguns dizem que as jornadas mais longas fazem as pessoas ficarem mais cansadas, doentes, com menos tempo para se exercitar e com mais propensão a se elimentar em restaurants de fast-food. No entanto as pesquisas mostram o contrário. Os funcionários de Utah reportaram um decréscimo em problemas de saúde e stress. Apenas 20% disseram que passaram a comer mais em fast-foods e 30% que diminuíram os exercícios físicos. Na realidade, outros 30% disseram que passaram a se exercitar mais.

Montadoras de automóveis também vêem um potencial na idéia. Em 2009 a fábrica da General Motors em Ohio começou a trabalhar 10 horas por dia, 4 dias por semana. (Foi Henry Ford que definiu em 1920 a semana de 5 dias com 40 horas de trabalho).

O estado de Nova York, com 10 vezes mais funcionários que Utah, vem considerando a proposta. Com um défcit crônico nas contas, NY busca formas inovadoras de economizar dinheiro sem cortar programas estabelecidos e aumentar impostos.

À medida que avançamos no século 21, governos e empresas precisam encontrar formas mais inteligentes de trabalhar e viver. Mudar para uma semana de 4 dias deveria estar no topo da lista. É econômico, as pessoas gostam e o ambiente agradece.

2 comentários:

  1. Prezado Dado, precisa -se considerar o ambiente sócio-econômico que poderia receber esta experiencia. Você deve concordar com as informações sobre o mercado de trabalho. o setor responsável por mais de 60% dos postos efetivos, é o setor de serviços e de que os empregos no setor do agronegócio que independe de uma regra pois quem manda é a natureza teria cada vez mais uma parcela de participação nesse mercado.Aqui nos arriscaríamos em considerar que países aonde a industria tem o papel de perseguir novas tecnologias e consequente melhoria na produtividade , aliado ao alto índice de poupança acho que podem se dar o luxo de tentar um novo arranjo; TOMARA

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  2. Se os políticos brasileiros trabalhassem de verdade 4 dias por semana, o Brasil seria a maior potência mundial...

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